terça-feira, 21 de agosto de 2007
No balcão
Eu odeio comer sozinha. Em casa, preparo meu prato, tempero minha salada e vou correndo para a frente da TV - só para deixar bem claro, coloco o prato na mesa e não no meu colo (algo para melhorar a situação deprimente). Já no restaurante, quando não há amigos ou namorado disponíveis, tenho uma companhia bem melhor do que o aparelho eletrônico: o sushiman ou itamae-san.
Para os que me conhecem, sou fascinada por culinária japonesa. Não só sushi, mas todos os tipos de preparo que envolvem esta incrível gastronomia. Estar presente ao lado daquele que me dará prazer e ver seu trabalho minucioso e sedutor, é um dos maiores presentes que a gastronomia pode me proporcionar.
É uma mistura de inveja, orgulho, fome e ansiedade. Fico no balcão admirando as mãos limpas e de leves movimentos, que retiram um pedaço (nem sempre) gordo de peixe e cuidadosamente mostram a qualidade de sua faca com o fio perfeito ao cortar. Ah, aquela faca... invejada por qualquer cozinheiro... é um contraste ver seu enorme tamanho e seu poder de corte (que poderia fazer um estrago criminoso) atuar em um delicado filé e separar os saborosos sashimis. Tudo isso para o comensal não ter o menor trabalho ao degustar: somente pegar os hashis e levar o peixe à boca.
E os sushis? O arroz que vai à mão do itamae-san parece se moldar com perfeição somente com parcos movimentos. E o peixe se encaixa na medida, formando uma obra de arte que em breve estará em minha língua.
Imagine acompanhar um mestre da pintura produzindo sua obra, dedicar a você e, além de admirar com os olhos, também sentir sua arte no paladar?
É assim que me sinto num balcão de sushis.
obs: Num próximo post comento os meus balcões favoritos
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