quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Notícia bizarra


Como muitos de vocês sabem, trabalho no site Basilico e costumo receber uns releases "interessantes". Aqui reproduzo um que acabou de chegar - e promete ser um sucesso de vendas!

"Pizza de Alface é a novidade da Bendita Hora Pizza & Arte

Foi depois do sucesso da receita da pizza de abobrinha e pensando no verão brasileiro, que a Bendita Hora Pizza & Arte preparou uma pizza especialmente para a estação: a Pizza de Alface. A pizzaria conhecida por suas inovações e receitas especiais deu ao ingrediente principal, a alface, um sabor especial quando misturado à massa, ao molho e ao queijo parmesão que acompanham a receita. Leve, saborosa e diferente a mais nova integrante do cardápio é uma ótima opção para as noites quentes.

Mas os preparativos para a nova estação não param por aí. A Bendita Hora também realizou uma reforma na casa de Perdizes para deixar o ambiente ainda mais agradável. Cercada por árvores, a parte externa do local agora conta com coberturas removíveis, o que proporciona ao cliente a oportunidade de estar ao livre e aproveitar melhor as noites de verão."

Para quem se interessar, aqui vai o endereço: Rua Vanderlei, 795 - Perdizes (Tel.: 3862.0622) e Av. Copacabana, 561, 18 do Forte Empresarial - Alphaville (Tel.: 4193-6336)

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Tá com grana sobrando?

Conheça os menus-degustação mais caros do mundo, segundo a revista Forbes

Precisa ter muuuuiiiittaaaaaaa grana sobrando!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Enigma gourmet


Alguém pode me dizer o que é isto?

O meu amigo fotógrafo Danilo Alvarenga (o cara manda bem!) fez este registro num lugar bizarro canadense, mas não sabe o que é. E eu muito menos!

Algum chute?

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Adendo sobre post do foie gras

Segundo o Chicago Tribune, parece que a proibição de foie gras em Chicago não está sendo levada tão a sério...
Confira no site do jornal

terça-feira, 21 de agosto de 2007

No balcão


Eu odeio comer sozinha. Em casa, preparo meu prato, tempero minha salada e vou correndo para a frente da TV - só para deixar bem claro, coloco o prato na mesa e não no meu colo (algo para melhorar a situação deprimente). Já no restaurante, quando não há amigos ou namorado disponíveis, tenho uma companhia bem melhor do que o aparelho eletrônico: o sushiman ou itamae-san.

Para os que me conhecem, sou fascinada por culinária japonesa. Não só sushi, mas todos os tipos de preparo que envolvem esta incrível gastronomia. Estar presente ao lado daquele que me dará prazer e ver seu trabalho minucioso e sedutor, é um dos maiores presentes que a gastronomia pode me proporcionar.

É uma mistura de inveja, orgulho, fome e ansiedade. Fico no balcão admirando as mãos limpas e de leves movimentos, que retiram um pedaço (nem sempre) gordo de peixe e cuidadosamente mostram a qualidade de sua faca com o fio perfeito ao cortar. Ah, aquela faca... invejada por qualquer cozinheiro... é um contraste ver seu enorme tamanho e seu poder de corte (que poderia fazer um estrago criminoso) atuar em um delicado filé e separar os saborosos sashimis. Tudo isso para o comensal não ter o menor trabalho ao degustar: somente pegar os hashis e levar o peixe à boca.

E os sushis? O arroz que vai à mão do itamae-san parece se moldar com perfeição somente com parcos movimentos. E o peixe se encaixa na medida, formando uma obra de arte que em breve estará em minha língua.

Imagine acompanhar um mestre da pintura produzindo sua obra, dedicar a você e, além de admirar com os olhos, também sentir sua arte no paladar?
É assim que me sinto num balcão de sushis.

obs: Num próximo post comento os meus balcões favoritos

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Coisa minha



Nada mexe mais comigo do que minhas memórias gustativas...meus bons momentos da infância.
Mury é o local que mais traz à tona essas lembranças. É o bairro de Nova Friburgo (RJ) onde tenho uma casa, no meio do nada, onde só vejo o verde. Praticamente nasci ali - minha mãe só deu um pulinho ao médico no Rio para me tirar da barriga.

Lembro-me de um dos melhores almoços de minha vida....tinha uns 6 anos, saí de um banho gostoso e fui para o jardim. Sentei numa cadeirinha de madeira que fora da família do meu pai e, numa mesinha improvisada, minha mãe colocou o prato-verde-fundo recheado de arroz com carne moída refogadinha e pepino picadinho temperado. Não esqueço minhas garfadas ansiosas, que esquentavam meu estômago junto com o sol de outono que aquecia minha pele.

Hoje tive a oportunidade de mais uma vez sentir o sabor da infância. Minha mãe acabou de chegar de Mury e trouxe na bagagem 3 pacotes de manteiga de Macuco. Cada tablete vem embalado em papel celofane e colocado numa caixinha de papel. A delícia é feita na cidade de Macuco (RJ) e tem uma cremosidade marcante, o sal é na medida e não conta com rastro de ranço que costuma aparecer em manteigas.

Na hora em que provei a manteiga, voltei a Mury. Senti o sol das 7h da manhã batendo em meu rosto, sentada à mesa de madeira escura e azulejos brancos com desenhos azuis; minha vista direcionada à janela e as montanhas me dando bom-dia; o cheiro do orvalho do cipreste se aquecendo com o sol; o café quente soltando aromas e fumaças ao cair na minha xícara e a manteiga de Macuco escorregando no meu pão com erva-doce...

Ai ai, que saudades de Mury.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Frase da vez

Retirada da newsletter BBC Food

"Anybody can make you enjoy the first bite of a dish, but only a real chef can make you enjoy the last."

Frangois Minot

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Aska

Eu não gosto de ir sempre ao mesmo restaurante, não gosto de sempre pedir o mesmo prato. Mas há alguns lugares que não temos escapatória. Um deles é o Aska.
Primeiro: meu namorado é viciado.
Segundo: é especializado em lamen e só há 2 opções - com caldo de galinha ou caldo de porco.

O Aska não tem muitos anos de vida, mas tem cara de supertradicional no bairro da Liberdade.
Vive lotado, recheado de orientais e parcos ocidentais metidos a especialistas em cozinha japa (como eu).

A cena sempre é a mesma: chegamos lá pelas 20h, esperamos uns 30 minutos para conseguir mesa - e muitas vezes temos de dividi-la com outro casal, e o prato sempre é o mesmo: shoyu lamen.

Apesar da monótona rotina, o lugar me fascina. O caldo é excepcional, as fatias de carne de porco que acompanham o lamen sempre estão suculentas e saborosas e a porção de guioza chega à mesa com perfeição. Outro fator importante é o preço atraente: uma porção sai por R$ 10.

Aska - Rua Galvão Bueno, 466 - Liberdade. Tel.: 3277-9682

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Eu não tenho pena do pato

Olha, eu como foie gras. Rezando. É uma das melhores sensações que meu paladar pode me proporcionar. A cremosidade, a delicadeza se esparramando em minha língua, os aromas inigualáveis, é indescritível. Por isso, não tenho pena do pato. Tenho é muito orgulho, em saber o poder de sedução que em mim causa. Entendo quem defende o animal, que odeia o foie gras pelo modo como é obtido. Mas (in)felizmente, meu prazer ainda é maior do que minha pena.

O que me dá raiva de fato é a tentativa de "maquiar" a verdade criando imitações baratas. Leia o artigo do Wall Street Journal para quem quiser me entender melhor. É o mesmo ódio quando colocam em supermercados e cardápios pratos como "hambúrguer de soja" ou "estrogonofe de soja". Se o vegetarianismo é um lema, um espírito de vida, não tente enganar o estômago com uma falsa lembrança de como a vida era melhor ao lado de um suculendo bife de vaca.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Mc Favela

Deve ser melhor do que o original.
É só clicar aqui, manoooo

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Hora da xepa

Xepa (segundo Houaiss)
Acepções
substantivo feminino
Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
1 comida servida em quartel
2 sobra de alimento; resto de comida não consumido
3 papel velho e já utilizado, recolhido com o objetivo de venda para reciclagem em fábrica de celulose
4 Regionalismo: Rio de Janeiro.
cada uma das últimas mercadorias expostas em uma feira livre, ger. mais baratas e de menor qualidade
5 Regionalismo: Rio de Janeiro.
sobra de alimento não vendido ao término de feira ou mercado, recolhido ou pechinchado por consumidores


Vocês já viram mulheres desesperadas no primeiro dia de liquidação de alguma loja? A cena é um pouco parecida com a qual presencio todos os domingos, lá pelas 12h45: eu e meu namorado em busca de alimentos na feira livre, em plena hora da xepa. Claro que ambiente é mais barulhento e sujo do que um shopping center, mas os descontos são muitooooo mais atraentes.

Depois de uns 8 quarteirões percorridos, chegamos à esquina da av. Lavandisca com a r. Gaivota, em Moema - uma das pontas iniciais da feira e ponto de partida para a competição dominical de Bia e Ian.

Rapidamente pegamos a lista de ingredientes para o próximo rango. Batatas, cebolas, alho, lentilhas e cenouras eram as pedidas do último domingo - uma deliciosa sopa de lentilhas estava programada para o jantar.

Voamos até o final da Lavandisca para encontrar nossa japonesa-vendedora-de-cebolas-e-alhos. Ian ficou na barraca escolhendo e negociando com seu parco português enquanto disparei em direção ao "homem das batatas", que já estava carregando sua mercadoria na kombi.
"Moço, dá ainda pra eu pegar umas batatas?". Claro que ele concordou, só tivemos de pesar na barraca vizinha, pois sua balança já estava empacotada. Resultado: 3 batatas por R$ 0,50
Peguei Ian no caminho de volta, paramos rapidamente para pegar as cenouras - o último maço por sinal, a R$ 1 - e estávamos em direção à barraca de grãos quando ouvimos a palavra mágica: "bacia do mamão a um real!!! É pra acabar!!!". Eu viro pro lado e já encontro um amontoado de clientes passando a mão, apalpando e cheirando milhares de mamões. Realmente era uma pechincha: 5 frutas por R$ 1! Não tive dúvida: estapeei umas velinhas, empurrei outros barrigudos e consegui a minha fatia do bolo.

Bom, estávamos comprando além de nossa lista, mas claro que valia a pena! Não poderíamos deixar tão lindos mamões de lado.

E não é que logo ao lado tinha uma barraca vendendo a dúzia de banana nanica a R$ 1 também? Mais uma sacola para casa...

Finalmente conseguimos chegar à barraca de grãos e encontramos o feirante também desmontando seus pertences.
- 500 gramas de lentilhas custam R$ 2,50.
- Mas se a gente levar 2 sacos, faz por R$ 4?
- Não, não dá minha linda.
- Por R$ 4,50 eu levo.
- Fechado!

Estava bom para ambas as partes, até meu namorado esbarrar num outro saco de lentilhas e espatifar no chão. Olhei com uma cara de tristeza, vendo que minha negociação teria sido em vão, já que teria de pagar pelo estrago. Mas nosso amigo feirante nos alegrou: " não tem problema, podem ir".

Depois desta corrida louca e somente R$ 10 gastos, fomos comemorar - como sempre fazemos - com um caldo de cana e pastéis de carne.

A sopa ficou divina, claro! Agora temos ainda muitos mamões e bananas para acabar...